BV EDUCAÇÃO

Nesta página estarei publicando textos com reflexões no campo da Educação. Entendo que não se pode pensar a cidade sem pensar os processos educativos que ocorrem nela. Assim, considero fundamental abrir esse diálogo, colocando as discussões sobre a cidade numa relação com as discussões sobre educação. Espero que este espaço amplie os debates e ajude a olhar para Barra Velha de outra forma, com outras perspectivas, outras possibilidades.

 Entre também nessa proposta e contribua com seus comentários e suas anállises.

Com carinho,

prof. Valdir

Um comentário:

  1. Enquanto contemplava o produto da visão verticalizada a partir do olhar para as telas aparentes que eram instantaneamente trocadas, o homem pensou - Aprende-se, ao longo da vida o que é significativo; o que dá sentido ao viver; o que ajuda a entender a si mesmo na relação com o mundo e com os outros; o que permite responder às provocações do meio.
    Aprende-se que há um tempo que nos é permitido ficar juntos e conviver com a outreidade; participar da vida que nos é singular e comum; que o viver autêntico é insubstituível; que é preciso sair de si para chegar a si mesmo.
    Aprende-se que vida e morte, tempo e espaço, belo e feio, novo e velho, certo e errado, perto e longe, preto e branco, corpo e mente, Terra e homens, leis e práticas, espírito e matéria, uno e múltiplo, parte e todo são estruturas multidimensionais e interdependentes.
    Aprende-se que é preciso apaixonar-se pela vida e roubá-la antes que ela nos roube; que é preciso consumir-se em vida e pela vida; que na companhia dos muitos outros viventes animados e inanimados formamos uma grande comunidade de amor onde se vive da partilha e da troca solidária de ideias e ideais, de sonhos e esperanças.
    No currículo da vida, a multiplicidade de espaços e territórios se configura como escolas sem paredes onde se pode aprender o valor da arte e da ciência, da filosofia e da poesia; o valor da ética e da estética fundamentadas na plenitude do ser e do existir humanos.
    Aprende-se que a negação do outro enquanto um legítimo outro é negação de si mesmo; que o amor é porta e chave capaz de libertar, desaprisionar; que perdoar multiplica os tempos de vida, ampliando os sentidos de que se pode ser mais e melhor; que conhecimento, liberdade e felicidade são o tripé da aventura humana vivida com sabedoria; que há sempre uma saída para toda feiúra e dor produzidas no mundo.
    Aprende-se que a pior de todas as misérias é a da descrença do projeto divino no projeto humano, esvaziando-o e impedindo-o de chegar ao mais profundo de si mesmo. Aprende-se ainda, que a mais bela e saudável forma de construir mundos possíveis é aquela assentada na capacidade enxergar que não somos naturezas infinitas, mas temporárias. Que nossa existência caminha em direção a uma experiência profunda de nós mesmos; segue rumo ao desconhecido da ousada criação, da potencialidade humana em vir a ser, à co-evolução do corpo, do espírito e da ética.
    Num respirar profundo e saindo daquele movimento ocular interno, o homem voltou-se para suas pedras e disse a elas – se por natureza, somos finitos, por meio dos sonhos esperançados que alimentamos ao longo do viver nos fazemos eternos, continuamos no novo que se descortina de outras formas, em outros tempos e espaços. As trajetórias finitas da vida são carregadas de uma multiplicidade de dimensões que carregam em si, infinitas possibilidades de ser e continuar em outras existências possíveis

    (NOGUEIRA, 2011 – O carregador de Pedras).

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