Fonte: Facebook Cristiano Zonta.
A ressaca é um
fenômeno belo, como bem descreveu uma amiga, no Face. Um fenômeno que nos faz
pensar sobre as nossas relações com a natureza. Tudo o que fazemos, fazemos
para ampliar os espaços de vida e dar melhores condições de ela se desenvolver,
porém, pouco se pensa na direção de qualifica-la no sentido da não dissociação
dessa intrínseca relação homem-natureza, sociedade-meio. E então, diante desse belo fenômeno natural nos perguntamos: e a natureza,
aquela ali bem perto de nós e da qual nos utilizamos para sustentar a vida e
ampliar os recursos econômicos, como ela fica nos nossos projetos e nas nossas
metas de qualificação da vida?
Essa natureza apenas lembrada como fonte de recursos e pouco
projetada como parte do que somos e do que vivemos, qual o lugar dela? É
fundamental que se reaprenda a conviver, coabitar com o que é natural, com o
que é próprio das dinâmicas da Terra – esse organismo vivo, essa Mãe que nos
sustenta e busca um equilíbrio para tudo que já lhe foi feito. Seria bom se
numa organicidade, nós os humanos pudéssemos pensar em nos desenvolvermos não
apenas sob o ponto de vista dos bens que sustentam nossa vida, mas também e,
principalmente, sob o ponto de vista de novas mentalidades. Novas formas de
olharmos para a realidade e, a partir dela, construirmos caminhos sustentáveis
e equilibrados. Caminhos que não dissociem o que somos de aonde estamos e para aonde
vamos, daquilo que nos constitui e nos sustenta como vida.
A ressaca, esse belo fenômeno nos traz novas perguntas para
velhos problemas; nos trás novas possibilidades de enxergarmos os erros do passado
e do presente para, em tempo, no hoje, delinearmos os rumos da nossa história.
Barra Velha é um lugar lindo, mas em muitos atos humanos, desarmônico. Viva a
ressaca e o alvoroço nas ideias que ela tanto provoca!
Não é de hoje que ela acontece.
No passado, a ressaca já teve mais espaço para se despraiar e completar o seu
ciclo, a sua ação no micro e macrocosmos. Ela tem uma função e não pode ser
barrada objetivamente. Precisa ser compreendida e entendida sob o ponto de
vista do que ela nos quer comunicar.
Tecnologias foram criadas e pensadas para superarmos os desafios
do meio natural, mas não é a ausência delas que nos impedem de tomar outros
rumos. Quem sabe, a ausência de um saber-pensar e agir a partir do que acontece
seja um passo importante a ser dado. O passo de alternativas de racionalidades,
projetos e possibilidades de ações prudentes sustentáveis e que respeitem as
forças além das nossas forças.
Críticas ao governo atual não procedem se as mesmas não estão
fundamentadas nas incoerências dos governos que já administraram Barra Velha e
que também negaram os fatos e os acontecimentos naturais. O que precisamos
fazer é uma sociocrítica pelos vários segmentos sociais – na economia, na política,
na saúde, na educação etc. – e um posicionamento ético e corresponsável, afinal
a cidade nos pertence. Ou estou enganado? Ouçamos a Ressaca, esse lindo
fenômeno...
NOGUEIRA, Valdir.
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